Se você tem acompanhado recentemente os noticiários, com certeza, está a par da situação crítica entre a Arábia Saudita e o Irã. Embora a rivalidade, entre as duas potências do Oriente Médio, seja bem antiga, recentemente, a situação ficou ainda mais tensa.
O fato é que os dois países vizinhos disputam o domínio de uma região. No entanto, a tensão maior entre as duas nações é devido as diferenças religiosas entre elas. Embora os dois países sigam o Islã, cada um tem uma vertente diferente. Enquanto o Irã tem a maioria da população xiita, a Arábia Saudita é vista como a potência sunita dominante. E essa diferença, entre os dois países, acaba refletindo no mapa do Oriente Médio inteiro. Já que as demais nações, sunitas ou xiitas, acabam se aliando aos dois países, em busca de parcerias. O que acaba levando o conflito a níveis ainda maiores. Entenda melhor como se deu um dos maiores conflitos da história.
Historicamente, a Arábia Saudita, que é o berço do islã, desde sempre, se coloca como líder do mundo muçulmano. No entanto, essa posição foi desafiada no final da década de 1970, pela Revolução Islâmica, que aconteceu no Irã. Como resultado, criou-se um novo tipo de Estado na região, uma espécie de teocracia revolucionária. Algo que, por fim, tinha o intuito de exportar o seu modelo de governança para outros países.
Nos últimos 15 anos, as diferenças entre as duas potências se intensificaram ainda mais. Isso, devido a uma série de eventos particulares, que tornaram a situação, na região, ainda mais caótica. A começar pela invasão do Iraque, liderada pelos Estados Unidos, em 2003. Na época, Saddam Hussein, um árabe sunita, até então grande adversário do Irã, foi derrubado.
Logo em seguida, a guerra acabou removendo o militar, que agia como contrapeso ao Irã, na região. Isso foi o suficiente para abrir o caminho para se instalar, em Bagdá, um governo dominado por xiitas. Sem contar ainda, com a crescente influência iraniana.
Já em 2011, uma série de acontecimentos, no mundo árabe, acabou resultando em uma instabilidade perigosa na região. Em meio a tudo isso, tanto o Irã quanto a Arábia Saudita exploraram essas revoltas a fim de aumentarem, ainda mais, a sua influência. Isso, nos países mais afetados pela guerra, no caso, a Síria, o Bahrein e o Iêmen. O que causou ainda mais desconfiança de rivalidade, entre os países aliados das duas potências.
Com os recentes acontecimentos no Oriente Médio, envolvendo explosões em duas instalações petrolíferas, na Arábia Saudita, depois de um ataque de drones, a situação fica ainda mais preocupante, em um nível global.
O que vem acontecendo no Oriente Médio lembra muito a disputa da Guerra Fria, que deixou os Estados Unidos e a União Soviética sob tensão militar, por vários anos. E mesmo que o Irã e a Arábia Saudita não estejam lutando, diretamente, entre si (pelo menos, não até agora), os dois países estão engajando várias outras guerras menores na região, nas quais, cada um deles, apoia lados rivais.
A Síria é o exemplo mais óbvio disso. Ao mesmo tempo, no Iêmen, a Arábia Saudita acusa o Irã de atacar, com mísseis balísticos, o território saudita por meio do movimento rebelde iraniano, Houthi. E o Irã também vem sendo acusado de colocar obstáculos, nas águas do Golfo, lugar por onde a Arábia Saudita transporta o seu petróleo.
A situação, no Oriente Médio, é muito crítica, e vem piorado com os últimos eventos, envolvendo o petróleo, que é exportado para o mundo todo. Em suma, isso pode levar o conflito a níveis ainda mais preocupantes.